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A investigação sobre descontos indevidos em aposentadorias do INSS revelou que pessoas em situação de alta vulnerabilidade foram, em muitos casos, vítimas de fraude. Entre os afetados estão moradores de zonas rurais, pessoas com deficiência, doentes com mobilidade reduzida e até analfabetos, conforme apontam a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal.
Um dos casos mais emblemáticos identificados ocorreu no Amazonas. Um aposentado de 78 anos, residente em Manacapuru, aparecia como associado da Associação de Desenvolvimento Rural Família Feliz, sediada em São Gabriel da Cachoeira. De acordo com a CGU, para se deslocar de uma cidade à outra, seria necessário percorrer 957 quilômetros em uma jornada de mais de 27 horas, com trechos de táxi e barco.
“É improvável que um aposentado de 78 anos fosse percorrer tamanha distância para se associar, assim como também é improvável que funcionários da associação fossem percorrer tantos quilômetros em busca de associados”, afirmou a CGU, em trecho citado pela Polícia Federal.
As entidades investigadas são suspeitas de realizar filiações fraudulentas para justificar descontos em folha de pagamentos do INSS. As autoridades apuram ainda se houve conivência de servidores públicos ou falhas nos sistemas de controle da Previdência.
O caso segue em apuração e pode resultar em sanções administrativas, civis e criminais para os envolvidos.