Começam hoje na Justiça Federal interrogatórios sobre a tragédia de Mariana (MG)

Tragédia Mariana MG

Nesta segunda-feira, 6 de novembro, inicia-se o processo de interrogatório dos réus no caso criminal relacionado à tragédia de Mariana, em Minas Gerais, que está em tramitação na Justiça Federal.

Os réus incluem a mineradora Samarco, que era responsável pela barragem de Fundão, bem como suas controladoras, BHP e Vale.

Também serão ouvidos profissionais que estavam envolvidos nas empresas na época do acidente. A tragédia completou oito anos neste domingo.

O processo criminal, que teve início em 2016, corre na justiça brasileira paralelamente a uma ação indenizatória que ocorre em um tribunal inglês, na qual a BHP está sendo cobrada a pagar o equivalente a R$ 230 bilhões em  compensações.

Nessa ação, a Vale não foi acionada, o que gerou uma divergência entre as controladoras. A BHP busca envolver a Vale no processo, alegando maior responsabilidade e, consequentemente, uma quantia maior a ser desembolsada, uma questão que está atualmente em litígio.

De acordo com o Ministério Público Federal de Minas Gerais, o primeiro réu a ser interrogado no processo criminal nesta segunda-feira é Germano da Silva Lopes, que era o gerente operacional da Samarco na época da tragédia.

Na terça-feira, outros dois gerentes operacionais da Samarco na época do acidente, Daviely Rodrigues Silva e Wagner Milagres Alves, serão interrogados.

No dia 8 de novembro, quarta-feira, o ex-presidente da Samarco na época do desastre, Ricardo Vescovi de Aragão, e Kléber Luiz de Mendonça Terra, diretor de operações e infraestrutura da Samarco, serão interrogados.

As mineradoras Vale e BHP serão ouvidas no dia 9 de novembro, quinta-feira. O interrogatório da Samarco está agendado para o dia 13 de novembro, na segunda-feira da próxima semana.

Neste mesmo dia, serão interrogados Paulo Roberto Bandeira, representante da Vale na governança da Samarco, e Samuel Santana Paes Loures, engenheiro da VogBr Recursos Hídricos e Geotecnia.

As três mineradoras enfrentam acusações de diversos crimes ambientais na esfera criminal, embora decisões judiciais tenham excluído parte dos acusados e resultaram no arquivamento das acusações de homicídio e lesões corporais graves. Portanto, não haverá julgamento por júri popular.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região considerou as consequências do desastre causado pelo rompimento da barragem, resultando em pena de 6 a 12 anos em caso de ação dolosa (crime qualificado pelo resultado morte).

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